Um rei déspota se guarnece devorando dois súditos por ano. Chegou a vez dos dois amigos, que resolvem fugir. Na fuga, o caráter de cada um se afirmará, direcionando suas atitudes, Um se mostrando fraterno e integrado às forças da natureza, incorporando-as, Outro se tornando opressor e cruel, enrijecendo corpo e alma pela submissão do amigo. Assim, Outro, incapaz de enxergar um mundo onde caibam ele e o outro, lançará mão de todos os recursos provenientes do poder conquistado para eliminar Um em golpe final. Então manifesta-se a essência indestrutível de Um que, acudido pelas forças naturais cultivadas no caminhar até ali, liberta-se da prisão derradeira com que Outro o ameaça, ascendendo ao azul do infinito. Caberá a Outro, exaltado pelas glórias terrenas, o pó da terra, sem deixar rastro nem memória.